A Prova da Existência de D'us

A Prova da Existência de D'us

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Por Rabi Nissan David Dubov

"Prove-me que D' us existe" é um desafio tão antigo quanto a própria religião. A religião é definida como a crença na existência de um poder controlador sobre-humano, e quando declaramos o Judaísmo como nossa religião, nossa crença em D' us é axiomática. Apesar disso, muitos judeus ainda questionam este próprio alicerce. Além disso, qualquer resposta geralmente é seguida por uma torrente de protestos questionando estas crenças, como as perguntas "se há um D' us, onde estava Ele durante o Holocausto?" e ainda "Por que acontecem coisas más às pessoas boas?"


Muitos judeus recitam diariamente os Treze Princípios da Fé, baseados no comentário de Maimônides à Mishná Sanhedrin 10:1. 

Os primeiros quatro princípios são:

1 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome, é o Criador e Amo de todos os seres criados, e que somente Ele fez, faz, e fará todas as coisas.
2 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome, é Um e somente Um; que não há unicidade como Ele; e que somente Ele é nosso D’us – foi, é, e será.
3 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome, é incorpóreo; que Ele está isento de todas as propriedades antropomórficas; e que Ele não tem qualquer semelhança.
4 – Creio, com fé total que o Criador, bendito seja o Seu nome, é o princípio e o fim.

Sempre que um judeu recita o Shemá, ele dá testemunho da existência do único D’us, uma existência experimentada pelos nossos ancestrais e transmitida a nós através de uma linha ininterrupta de tradição.


Provar a existência de D’us? Na verdade devemos analisar a pergunta antes de tentar respondê-la. O que se considera prova? Como se prova que algo existe? Vejamos, por exemplo, um cego. A cor existe para o cego? Ele não pode ver a cor, porém ela existe. Este fato é estabelecido por outros que podem ver. O cego acredita e confia que os outros podem ver que a cor existe, embora esteja além de sua experiência pessoal.


Ainda um outro exemplo: a eletricidade. Quando acendemos uma luz, podemos ver a eletricidade? A resposta é não, podemos apenas ver o seu efeito. A gravidade. Quando um objeto cai, não podemos ver, sentir, provar ou cheirar a gravidade – vemos apenas seu efeito. Todos concordam que a gravidade é um fato indiscutível da natureza – pois observamos seu efeito. Ainda hoje os cientistas ficam desconcertados para explicar "exatamente" o que é a gravidade.

Em resumo, a prova da existência de qualquer coisa não significa necessariamente que temos de senti-la, seja da maneira que for. Ela existe porque vemos seu efeito ou, no caso do homem cego, acreditamos em outros que podem vê-la. 

D’us não tem um corpo ou forma de corpo. Ele está em toda parte e cria o tempo e o espaço. Por definição, não podemos transcrever qualquer descrição física de D’us. Por definição, o homem na verdade não pode ver D’us. Portanto, para provar a existência de D’us, devemos confiar nós mesmos em Seus efeitos, ou em outros que viram Seu efeito (como o homem cego).

Para resumir, provar a existência de D’us pode ser feito em duas maneiras. Primeiro, examinando se alguém realmente testemunhou algo Divino ou, em segundo lugar, por uma prova irrefutável da existência de Seus efeitos. Para expressar isso de maneira um pouco diferente, por tradição ou por prova metafísica, devemos também examinar a prova de existência estudando a História Judaica e o cumprimento da profecia.

Antes de examinarmos todos estes caminhos, deve-se mencionar que os filósofos mais notáveis do Judaísmo discordam sobre qual é a prova mais forte. Rabi Yehuda Halevi em seu livro Kuzari (2:26) argumenta que: "A fé mais elevada é aquela derivada somente da tradição, em cujo caso a prova metafísica deveria apenas ser usada como um último recurso para impedir a descrença."
Maimônides (Moreh Nevuchim 3:51) discorda. Ele argumenta que "nossa fé começa com as tradições que nos foram transmitidas por nossos ancestrais e em nossa sagrada literatura. Isso é mencionado no versículo: ‘Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.’

No entanto, o grau mais elevado de fé vem da prova filosófica, e aqueles que têm capacidade são exigidos para provar os fundamentos da nossa fé."


Neste ensaio, examinaremos todos os caminhos. Nossa abordagem é que, ao combinar provas tradicionais, filosóficas e históricas, qualquer judeu pensante será levado a uma fé firme na existência de D’us. 

O Talmud refere-se aos judeus como "Crentes, Filhos de Crentes". É quase como se a crença em D’us fosse hereditária. Na verdade, porém, a crença inata surge no próprio âmago da alma judaica. Job descreve a alma como "uma parte do Divino". A fé simples de um judeu vem daquilo que ele sente como a própria fonte de sua alma – sua própria essência. Aquela essência pode muitas vezes se tornar oblíqua por meio das insensibilidades e indulgências do corpo.
No entanto, o ponto principal permanece para sempre intacto e, naquelas ocasiões muito especiais em que a alma reluz, o judeu sente sua verdadeira fonte, sua própria essência.

A Prova Tradicional

Num tribunal, a prova mais forte de que algo aconteceu ou existiu é a declaração de uma testemunha. Ver é crer. Não se pode comparar algo visto com algo que se ouviu.

Qualquer fato histórico é provado por aqueles que testemunharam e registraram o evento. Quanto mais testemunhas para aquele evento, mais crível é o fato.
Um dos Dias Festivos mais celebrados no calendário judaico é Pêssach. Nas noites do Sêder, judeus no mundo inteiro se reúnem em família para relembrar o Êxodo do Egito. A noite está repleta de ritual e a Hagadá é nosso manual. Algo comum a todos é o consumo de matsá – o pão da aflição. O Zohar (uma obra cabalista fundamental) chama a matsá de pão da fé. Ela nos lembra que os judeus comeram matsá ao deixarem o Egito. Embora os costumes possam diferir, a história básica do Êxodo permanece a mesma. Judeus de Bombaim, Birmingham ou Bielo Rússia – todos relatam a mesma história.

Pergunte a qualquer judeu quantas foram as pragas no Egito e a resposta será 10. Se alguém sugerisse que foram 11, seria imediatamente corrigido, não apenas pelo detalhe histórico, como apresentado na Torá, mas basicamente pela reconstituição anual das Dez Pragas no Sêder. Temos o costume de derramar um pouco de vinho à menção de cada praga. Nós teríamos nos lembrado se fossem 11 pragas. Não, foram 10.

Na verdade, se tivesse havido alguns "mentirosos" distorcendo a história com o passar das gerações, teríamos terminado com versões diferentes da história. Todos concordam, porém, que os judeus deixaram o Egito e, quarenta e nove dias depois, estavam perante o Monte Sinai e ouviram de D’us os Dez Mandamentos.

Isso é conhecido, não apenas por causa daquilo que um livro (a Torá) nos relata, mas simplesmente pela tradição – pelo fato de que geração após geração de judeus transmitiu esta história, que é baseada na experiência real de toda uma nação. Portanto, permanece como um fato histórico incontestável. Os judeus que deixaram o Egito testemunharam as Dez Pragas, o Êxodo, a revelação no Sinai, e transmitiram estes eventos de geração em geração.

No decorrer da história judaica nunca houve menos que cerca de um milhão de judeus a transmitirem esta tradição, e a história básica permaneceu a mesma mesmo quando os judeus foram dispersos e espalhados pelos quatro cantos da terra. No Sinai, 600.000 homens entre 20 e 60 anos, além de mulheres e crianças (e homens abaixo dos 20 anos e acima dos 60) – um total de cerca de três milhões de pessoas – ouviram os Dez Mandamentos do Próprio D’us. Este evento, registrado na Torá, é, ao mesmo tempo, um acontecimento testemunhado da história e portanto um fato histórico irrefutável. Desacreditá-lo é altamente não-científico.

Deve-se enfatizar que a revelação no Sinai foi diferente de qualquer outra revelação alegada por qualquer outra religião. No Cristianismo, a revelação é atribuída a um homem ou a um pequeno grupo de discípulos, e o mesmo se aplica ao Islã (a Maomé) e o Budismo (a um antigo sábio hindu, Buda – o iluminado – cujos seguidores adotaram seus ensinamentos e doutrinas e se denominaram budistas). Não foi assim no Judaísmo – a revelação ocorreu para uma nação inteira.

Na verdade, um grande rabino, Rabi Shlomo ben Aderet (Rashba), explica que a parada no Sinai foi necessária porque se a revelação fosse feita a um homem apenas – Moshê – teria sido controvertida. Ele explica: imagine Moshê chegando ao Egito e contando aos judeus que era chegado o tempo de sua redenção. A princípio eles duvidariam dele, mas assim que começasse a provocar as Dez Pragas, eles perceberiam que eram poderes sobrenaturais em ação. Moshê supera os mágicos egípcios e faz surgir pragas que eles não podem reproduzir. Até eles admitem que era "o dedo de D’us" em ação. Moshê, em nome de D’us, constantemente faz uma advertência seguida por uma praga. Após as Dez Pragas e o Êxodo, e especialmente após a abertura do mar, a Torá atesta o fato de que as pessoas "acreditaram em D’us e em Moshê, Seu servo."

No entanto, haveria um problema. Os judeus ouviram aquilo de uma criatura de carne e osso que D’us tinha enviado com uma mensagem. Ainda havia espaço para o céptico – especialmente numa geração posterior – duvidar. Assim, diz Rashba, a reunião no Sinai foi necessária. Testemunhado por uma nação inteira, D’us Se revelou no Monte Sinai e outorgou os Dez Mandamentos. Cada judeu experimentou o mesmo nível de comunicação que Moshê recebeu. A partir daí, os judeus estavam plenamente convictos de que quando Moshê transmitiu as palavras de D’us, era realmente de origem Divina.

Deve-se mencionar que os Filhos de Israel naquela época não eram escravos incultos que podiam ser facilmente enganados. Dentre eles havia sábios, sacerdotes, arquitetos e construtores, profissionais que tinham construído pirâmides e outras estruturas – maravilhas do mundo – cuja arquitetura ainda assombra os construtores modernos. Formavam uma geração culta – certamente argumentativa e teimosa como ficou provado em muitas ocasiões. Se parte da nação tivesse "sonhado" uma história, certamente esta teria sido rejeitada pelos outros.

O Êxodo e a revelação no Sinai permanecem fatos históricos inegáveis. Como foi mencionado previamente, as testemunhas são a prova de maior peso num tribunal – e muito mais, quando a testemunha ocular é uma nação inteira! Esta certamente é uma prova científica da existência de D’us. Embora não possamos vê-Lo – como o cego que não consegue ver as cores – nossos ancestrais testemunharam esta revelação e transmitiram o fato como tradição oral e escrita. Talvez seja por este motivo que no primeiro mandamento D’us diz: "Eu sou o Eterno teu D’us que te tirou da terra do Egito." A criação do mundo é um fenômeno muito mais complexo e assombroso que o Êxodo do Egito, então por que D’us não diz, "Eu sou o Eterno teu D’us que criou o céu e a terra"? 

Uma resposta possível é que os cientistas ainda hoje questionam a origem do cosmos e alguns ignoram a D’us. Quando D’us Se comunicou com os judeus, tornou a comunicação muito pessoal. "Eu sou o D’us que você viu te tirando do Egito, e que agora está falando contigo." O povo não precisava de quaisquer provas filosóficas. Viram com seus próprios olhos e ouviram com seus próprios ouvidos. Foram testemunhas que estiveram no Sinai. Esta é a maior das provas!
A prece mais conhecida no Judaísmo é o Shemá. Num Sêfer Torá ou Mezuzá a letra ayin da palavra Shemá e a letra dalet da palavra Echad estão escritas em grandes letras em negrito. Juntas, elas grafam a palavra hebraica Ed que significa testemunha. Sempre que um judeu recita o Shemá, ele dá testemunho da existência do único D’us, uma existência experimentada pelos nossos ancestrais e transmitida a nós através de uma linha ininterrupta de tradição.

Provas Filosóficas

Além da prova tradicional, podemos agora examinar outras provas filosóficas. Muitas provas têm sido citadas e devemos nos limitar neste capítulo às mais conhecidas e mais freqüentemente mencionadas.

1 – A obra clássica Chovot Halevovot (1:6) menciona uma linda parábola. 
Certa vez um rabino entrou no palácio de um rei e recebeu uma audiência com o soberano. Este lhe fez a pergunta: "Como sabe da existência do Criador?" O rabino pediu respeitosamente ao rei para deixar a sala por alguns instantes. Sobre a mesa havia uma pena, um tinteiro e papel. Enquanto o rei estava fora do aposento, o rabino escreveu um bonito poema no papel. Quando o rei voltou, viu o poema e ficou surpreso pelo seu estilo poético. A tinta ainda estava úmida e o rei elogiou o rabino por escrever poema tão bonito. O rabino respondeu que não tinha escrito o poema, mas sim que tinha pegado o tinteiro, derramado a tinta sobre o papel e que as letras tinham se formado por si mesmas. O rei ridicularizou tal sugestão, dizendo que era impossível a tinta se arranjar sozinha numa única letra, que dirá uma palavra, muito menos uma frase, e certamente não num lindo poema! O rabino respondeu: "Aqui está sua resposta. Se a tinta de um tinteiro não pode formar um poema sem a mão de um poeta, então certamente o mundo, infinitamente mais complexo que o poema, não teria se formado sem a mão de um Criador!"

Uma história fictícia semelhante – embora mais contemporânea – é relatada sobre os americanos, russos e chineses que se reuniram e decidiram enviar uma nave tripulada a Marte. Após gastar milhões de dólares, rublos e yuans, além de anos de preparação, finalmente uma espaçonave é lançada rumo a Marte. Pouco mais tarde um astronauta dá um pequeno passo para o homem mas um grande salto para a humanidade, e pisa na superfície de Marte. As câmeras enviam cada movimento seu para a Terra. De repente, após dar alguns passos, o mundo é surpreendido pela visão de uma lata de Coca-Cola pousada numa rocha próxima. O astronauta apanha a lata, vê que é de verdade, pois sobre ela estão as palavras "Coca-Cola é marca registrada – fabricada nos EUA". Os russos e os chineses estão revoltados – os americanos obviamente os enganaram, enviando uma nave antes daquela ocasião. Os americanos negam aquela alegação, mas estão desconcertados pela aparição da lata de Coca-Cola. Finalmente, a imprensa entrevista um professor da Universidade de Oxford. Este explica o enigma sugerindo que no decorrer de bilhões e bilhões de anos, é possível que, através da evolução, uma lata de Coca tenha se formado, chegando a ter as palavras "fabricada nos EUA"!

Seus comentários são ridicularizados. Mesmo após bilhões de anos, a probabilidade matemática das palavras se formarem é nula. E muito mais a criação deste mundo, tão complexo!

Mesmo atualmente, os cientistas concordam que até agora só descobriram a ponta do iceberg na complexidade do universo. Como é possível que tenha se formado por si mesmo, sem um supremo arquiteto e projetista?

A surpreendente quantidade de informação genética contida nas cadeias de DNA humano deixa a mente perplexa. Estas cadeias super complexas poderiam ter se formado por si mesmas?


Uma história semelhante é relatada sobre um homem que entrou numa fábrica de carros totalmente automatizada e, ao ver um carro inteiro sendo produzido por uma máquina, do começo ao fim, chegou à conclusão que os carros se fabricavam por si mesmos! Como é ridículo pensar que uma fábrica assim não tenha sido projetada por um mestre em Engenharia Mecânica!


2 – Rabino Aryeh Kaplan escreve (Manual do Pensamento Judaico 1:1)
A existência de um Criador proposital é indicada pelo fato de que o universo inorgânico contém todo ingrediente necessário para tornar possível a vida orgânica. O mundo existe como uma arena para a vida, e a probabilidade de que isso se deva inteiramente ao acaso é infinitesimal. A essência do argumento é que matematicamente, quanto mais complexa uma estrutura organizada, menor a probabilidade de esta estrutura ser devida ao acaso. A química da vida é o processo mais complexo em nossa experiência, e apesar disso achamos que a matéria inorgânica do universo pode apoiar este processo. Como existe apenas um tipo de matéria orgânica no universo, as chances de ele ter todas as propriedades químicas e físicas necessárias para suportar a vida são infinitamente pequenas, a menos que levemos em conta um Criador proposital.

3 – O Talmud declara que o homem é um microcosmo. Sem sequer olhar para o cosmos, vemos pelas maravilhas do corpo humano que esta é a obra de um Mestre Criador, pois nem mesmo em bilhões de anos, algo tão complexo como isso jamais teria surgido.

Vejamos o exemplo do olho humano. Os olhos de um bebê, que começam a se formar no embrião de dezenove dias, terão mais de doze milhões de pontos por centímetro quadrado; a retina, ou porção do olho sensível à luz, terá mais de cinqüenta bilhões desses pontos. O quadro que os olhos registram é homogêneo porque estes pontos sensíveis à luz se misturam num só todo. 
Pegue uma lente de aumento e examine qualquer foto num jornal. Você verá que é composta de centenas de pontos, alguns escuros e outros claros, que juntos formam a foto quando você a olha de uma certa distância. Isso é exatamente o que o olho faz, somente com detalhes muito mais apurados.

De onde vêm estes bilhões de células no sistema nervoso? Do óvulo fertilizado, que ainda está se dividindo depois de um mês, para formar os tecidos e órgãos que uma criança precisa. Foi estimado que todos os dois bilhões de células nervosas específicas que formam um indivíduo estão localizadas na cobertura externa do cérebro, o córtex, e que estes dois bilhões de células poderiam ser guardadas num dedal. O desenvolvimento continua em certas partes do cérebro, mesmo após o nascimento. Ao final do primeiro mês do desenvolvimento embriônico, nenhuma dessas partes do cérebro, cordão espinhal, nervos ou órgãos do sentido está completamente formado, mas o alicerce para eles foi colocado.

O desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, e sua regra de integração de todos os sistemas permanece um dos mistérios mais profundos da embriologia.

Somente os olhos mostram um planejamento tão inteligente a ponto de deixar estupefato alguém que os estude. No estágio embriônico, os olhos são formados dos lados da cabeça e estão preparados para a conexão com os nervos ópticos crescendo independentemente do cérebro. As forças que permitem esta integração até agora não foram descobertas, mas devem ser de fato formidáveis, pois mais de um milhão de fibras ópticas nervosas devem enredar-se em cada olho.

Pense por um momento sobre aquilo que é considerado um feito da engenharia humana – a escavação de túneis a partir dos dois lados dos Alpes, e que devem se encontrar exatamente e se juntarem numa auto-estrada contínua. Apesar disso, qualquer uma das milhares de coisas que um feto deve fazer como parte da rotina de desenvolvimento é muito mais assombrosa.

O mesmo pode ser dito sobre a maravilha que é a primeira respiração do bebê. Após receber oxigênio durante nove meses através do cordão umbilical, numa questão de segundos os pulmões milagrosamente se abrem sem qualquer problema. Antes da primeira respiração, os tubos estavam inoperantes, e uma respiração faz funcionar todo o sistema. Isso é realmente fenomenal.
Estes são apenas dois entre milhares de exemplos das maravilhas da natureza, para demonstrar que estes sistemas são tão complicados que é quase impossível terem se formado por si mesmos, e não projetados por um Criador. Não admira que os cabalistas digam que é possível enxergar a alma através dos olhos, e o Rei David tenha escrito nos Salmos que deve-se louvar a D’us por toda respiração.

Esta percepção é reforçada pela recente decodificação do genoma – a cadeia do DNA humano. A surpreendente quantidade de informação genética contida nessas cadeias deixa a mente perplexa. Estas cadeias super complexas poderiam ter se formado por si mesmas?

Conclusão

Podemos concluir pela própria existência da vida e pela complexidade do universo que tudo deve ter sido projetado e sustentado por um Mestre Criador. Foi nosso Patriarca Avraham que, por meio desta dedução lógica, chegou à conclusão monoteísta – a crença em um único D’us; uma força unificada que cria um universo diversificado. Avraham converteu metade da civilização em seu tempo a esta crença e a transmitiu aos seus descendentes. Sete gerações depois, seus filhos se postaram como uma nação no Sinai, onde receberam a Torá diretamente de D’us. O fato histórico inegável do Êxodo do Egito e da estada no Sinai, além da necessidade de um projetista mestre e arquiteto do cosmos, "provam" a existência de D’us.

A Prova Histórica

Há uma prova final que devemos examinar. Não é tradição, nem filosofia; ao contrário, é prova da existência de D’us como o D’us da história. O povo judeu é chamado de "Povo Escolhido". Foram escolhidos por D’us para cumprir um propósito específico – aderência à Torá e mitsvot, criando assim uma morada para D’us neste mundo. Um exame em profundidade da história judaica levará inevitavelmente à fé em D’us como Mestre do Mundo.

É surpreendente que a única muralha que sobrou do Segundo Templo – o Kotel Maaravi – o Muro Ocidental – tenha permanecido de pé e jamais foi destruída. Os rabinos declararam que a Divina Presença jamais se afastou do Muro.
E a história ainda não acabou.


Rabino Meur Simcha Sokolowsky escreve em seu livro Profecia e Providência – o Cumprimento das Profecias da Torá no Decorrer da História Judaica (Publicações Feldheim):

A Torá nos conclama a termos em mente os eventos passados e estudá-los. Um estudo do passado levará à convicção de que o rumo da História foi cuidadosamente programado com antecedência, e que os eventos do mundo e da história judaica se desenrolaram segundo um plano preconcebido. Obviamente, tanto o plano como sua execução devem ser a obra do Criador que domina a História e direciona o seu curso.

Longamente, ele demonstra em seu livro como:
1 – A história da nação judaica até a época atual tem correspondido totalmente a todas as profecias da Torá.
2 – Segundo as leis da natureza, a história judaica deveria ter tomado um rumo diferente daquele que realmente seguiu. Chega-se à conclusão que somente um Criador, que controla sozinho as forças do universo, poderia ter determinado de antemão o que o futuro traria.
3 – Os eventos da história judaica são realmente notáveis e extraordinários. Além de terem sido previstos com antecedência, servem como prova intrínseca da orientação singular e sobrenatural que os judeus sempre desfrutaram como Povo escolhido de D’us.
Para fazer justiça ao tema, na verdade deve-se ler o livro. No entanto, daremos aqui um breve resumo que, esperamos, encorajará o leitor a estudar o assunto com maior profundidade.
Antes de fazê-lo, a título de introdução, vale a pena citar a famosa declaração de Mark Twain, "Sobre os Judeus": Em conclusão – se as estatísticas estão corretas, os judeus constituem apenas um por cento da raça humana. Isso sugere um grãozinho de poeira perdido na imensidão da Via Láctea. Respeitadas as proporções, o judeu mal se faria ouvir; porém ele é ouvido, sempre foi ouvido. Ele é tão proeminente no planeta como qualquer outro povo, e sua importância comercial é extravagantemente fora de proporção à pequenez de seu total. Suas contribuições à lista de grandes nomes mundiais em literatura, ciência, arte, música, finanças, medicina e erudição são sempre desproporcionais à sua quantidade. Ele fez uma luta maravilhosa neste mundo, em todas as eras; e fê-la com as mãos atada às costas. Ele poderia se envaidecer, e ser desculpado por isso. Os egípcios, os persas, os babilônios, surgiram, encheram o planeta com seu esplendor, depois perderam força e se desvaneceram; os gregos e os romanos os seguiram, fizeram muito barulho, e se foram; outros povos brotaram e ergueram sua tocha durante algum tempo, mas ela se apagou, e agora todos estão num crepúsculo, ou desapareceram. O judeu viu a eles todos, e agora é aquilo que sempre foi, não exibindo decadência, enfermidades da idade, enfraquecimento de seus membros, nenhuma diminuição de suas energias, nenhuma apatia em sua mente alerta.Todas as coisas são mortais, exceto o judeu; todas as outras forças passam, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?
(Harper’s Magazine, junho de 1899)

Um dos princípios da fé judaica é que D’us concede o dom da profecia ao homem. Quando um profeta prevê o futuro, e tudo que ele prediz ocorre com surpreendente exatidão, podemos estar certos de que esta era a palavra de D’us. Em nenhum outro lugar isso é demonstrado de maneira tão notável como nos Cinco Livros de Moshê. Há três passagens em particular nas quais Moshê diz aos Filhos de Israel o que lhes acontecerá no futuro. Em Profecia e Providência, Rabino Sokolovsky demonstra longamente como toda e cada profecia foi acurada e como ocorreu no desenrolar da história judaica. Neste capítulo procuraremos resumir essa tese.


Imagine que você é um repórter acompanhando a história do Êxodo dos judeus do Egito. Você esteve no local, testemunhou as Dez Pragas e a abertura do mar. Viajou com o povo durante 40 anos no deserto e agora estão a ponto de entrar na Terra Prometida. Você conseguiu marcar uma audiência com Moshê – uma entrevista coletiva – na qual Moshê, antes de morrer, manifestará sua última vontade e testamento ao mundo. Você está esperando que Moshê abençoe o povo com boa sorte, desejando-lhe sucesso na chegada e conquista da terra. Você talvez espere que ele os admoeste, como um pai que adverte os filhos a continuarem no caminho certo. No entanto, esta entrevista coletiva é um pouco diferente do esperado. Moshê começa a desenrolar um documento no qual – em nome de D’us – ele profetisa exatamente o que acontecerá com esta nação a partir do momento em que entrar na Terra Prometida até o Final dos Tempos. 

Você fica chocado – como Moshê poderia saber com tanta riqueza de detalhes os três mil anos seguintes da História Judaica, especialmente quando ele revela uma história tão de mau agouro alguém poderia considerar sua narrativa como um enredo de pesadelo, que não poderia acontecer na vida real? Como um ser humano, nas planícies de Moab, poderia ter tamanho conhecimento sobre as futuras crônicas de seu povo? Você, como céptico, talvez tivesse deixado de lado as previsões de Moshê, considerando-as fantasiosas.

No entanto, na época atual, tendo a vantagem de poder olhar para trás e contemplar esta entrevista coletiva, você vê que Moshê falou a verdade, e sua Torá é verdadeira. Tudo aquilo que Moshê falou veio a ocorrer. Como isso é possível?

Há apenas uma resposta e somente uma conclusão. Moshê foi um verdadeiro profeta, recebeu e transmitiu a palavra de D’us. Somente o Mestre Criador poderia conhecer esta história e somente Ele poderia tecer o fio da história para fazê-la acontecer. Uma revisão sincera da história judaica aponta inexoravelmente para a existência de D’us.

Um último ponto antes de começarmos brevemente a examinar aquelas profecias. Durante sua formação como nação o povo judeu teve a orientação da Divina Providência. A intervenção Divina nos assuntos humanos foi manifesta e tangível. A nação inteira viu claramente que havia um D’us em Israel. Porém, quando os judeus começaram a se afastar dos caminhos da Torá, a orientação Divina do seu destino mudou para um estilo diferente; tornou-se oculta e encoberta – como nos diz a Torá (Devarim 31:17): "E Minha ira se erguerá contra eles naquele dia e Eu os abandonarei e ocultarei Minha face deles." Quando "aquele dia" chegou, o aspecto miraculoso da intervenção aberta de D’us na nossa história cessou, sendo substituído por uma intervenção encoberta no destino do homem. Esta Providência disfarçada deixa espaço para dúvida e erro, pois às vezes faz parecer que, D’us não o permita, Ele abandonou Seu povo.

Assim começaram os dois modos oscilantes da manifestação Divina. Às vezes Sua presença estaria manifesta e em outras oculta. Este é, na verdade, um dos pontos mais conflitantes do Calendário Judaico e ciclo anual. Em Pêssach, Shavuot e Sucot celebramos o fato de que D’us nos libertou do Egito, nos deu a Torá, e nos concedeu a proteção Divina com as Nuvens da Glória. Em Chanucá celebramos a vitória sobre os gregos e acendemos a Menorá para simbolizar a vitória espiritual sobre as forças de assimilação do Helenismo. Em Purim, celebramos a frustração da "Solução Final de Haman." Em todos estes dias a presença de D’us é clara. E mesmo assim, em Tishá B’Av choramos e pranteamos a destruição dos Templos. Em outros dias nacionais de jejum lamentamos os eventos que levaram àquela destruição e outras catástrofes na História Judaica. Nesta geração ainda estamos todos abalados pelo cemitério da História Judaica, o Holocausto. Nestas ocasiões, a presença de D’us estava encoberta.

Porém o judeu celebra e pranteia simultaneamente. Ele sabe que seu destino vai muito além das leis da natureza e que as provações e tribulações da Providência encoberta não se devem meramente ao acaso, mas sim a uma meticulosa percepção da vontade premeditada e pré-calculada de D’us. É esta mesma fé que permite ao judeu navegar pelas ondas do anti-semitismo e zombar de seus inimigos. O judeu sabe que ele é eterno – conhece seu segredo de imortalidade. D’us lhe prometeu (Yirmiyáhu 5:18): "Até naqueles dias devastadores, diz D’us, Eu não darei um fim completo em vocês" e (Vayicrá 26:44): "Eu não os rejeitarei, nem os abominarei, para destruí-los totalmente."

Examinemos agora mais de perto aquelas profecias. Em duas passagens da Torá, Moshê nos dá uma Tochachá (admoestação) - Vayicrá cap. 26 e Devarim cap. 28.

Nachmânides, em seu comentário sobre a Torá, explica que estas duas passagens foram ambas cumpridas consecutivamente. Vayicrá cap. 26 pela destruição do Primeiro Templo, e Devarim cap. 28 pela destruição do Segundo Templo e pelo árduo exílio subseqüente. Uma terceira passagem em Devarim cap. 30 fala sobre o arrependimento definitivo e a redenção do povo judeu.

Vayicrá cap. 26
"E eu os dispersarei entre as nações." – o primeiro exílio para a Babilônia.

"E Eu levarei desolação à terra." – a ruína da Terra de Israel.

"E Eu levarei desolação aos seus santuários." A destruição do Primeiro Templo.

"E Eu não aspirarei o perfume de seus suaves odores." A cessação do sacrifício no Primeiro Templo.

"Então a terra será compensada pelos seus anos sabáticos." A duração do primeiro exílio – 70 anos – foi proporcional ao número de anos sabáticos que não foram previamente observados.

"E comereis a carne de vossos filhos e de vossas filhas." Uma profecia cumprida, conforme descrito por Yirmiyáhu no Livro das Lamentações (2:20) quando da destruição do Primeiro Templo.
Alguém poderia perguntar: "Como foi possível para Moshê saber que, mais de 800 anos depois de os judeus entrarem na Terra de Israel sob a liderança de Yehoshua, os babilônios destruiriam o Primeiro Templo e exilariam o povo por 70 anos? Como ele sabia sobre a cessação das oferendas e que comeriam a carne? Somente a dissonância cognitiva permitiria que o céptico negasse que esta foi uma profecia vinda do D’us verdadeiro; o D’us vivo que cria, sustém e governa o rumo do mundo.

Devarim cap. 28

E sereis arrancados da terra." - O segundo exílio.

"Vossos filhos e filhas serão dados a uma outra nação… e servireis ao vosso inimigo… em fome e sede." - Antes do exílio.

"O Eterno trará sobre vós uma nação vinda de longe, dos confins da terra." - Uma referência a Roma.

"… que vos arrebatarão como uma águia." - Uma referência às legiões romanas cujos estandartes tinham o desenho de uma águia.

"E haverá um cerco a todos os vossos portões, até que suas muralhas altas e fortificadas… 
venham abaixo." - A terra é conquistada, haverá um cerco, e as muralhas caem.

"O estranho que está em vosso meio montará sobre vós cada vez mais alto." - Uma referência a Herodes.

"Vocês tomarão uma esposa, e outro homem se deitará com ela." - Um decreto romano.

"E D’us vos dispersará entre todos os povos, de um canto a outro da terra." - O judeu é exilado aos quatro cantos da terra.

"E dentre aquelas nações não tereis descanso, e não haverá repouso para a sola de vossos pés… e tereis medo dia e noite." - A situação dos judeus no exílio.

"Vossa vida estará pendurada em dúvida perante vós." - Nenhuma segurança financeira.
"E quanto àqueles que sobrarem entre vós, Eu enviarei uma fraqueza no coração… e não tereis força de enfrentar vossos inimigos." - Os judeus são facilmente dominados.

"A maldição de cada dia será maior que a do dia anterior." - Os eventos ocorrerão tão rapidamente, que o judeu mal conseguirá se recuperar de um incidente antes que outra calamidade se abata sobre ele.

"Sereis afligidos por doenças e pragas nem sequer mencionadas na Torá." - Os muitos sofrimentos do exílio.

"Vós servireis a deuses… madeira e pedra ali." - Uma referência ao fato de que, no decorrer de seu longo exílio, o judeu estará sujeito ao deus de madeira – a cruz – queimado na fogueira com conversões forçadas, e ao deus de pedra de Meca e Medina. 

"Eu levantarei a espada para vós… e perecereis entre as nações e a terra de vossos inimigos vos devorará." (veja Vayicrá 26:33-38) - decretos de conversão forçada e pogroms.

"E sereis poucos em números entre as nações aonde D’us os levará." - De fato, é surpreendente que, especialmente durante a Idade das Trevas, os judeus não tenham desaparecido completamente.

"E vos tornareis motivo de assombro." - Os judeus se tornarão um tópico de discussão para todos.
"… um provérbio e um apelido." - O judeu errante será o símbolo do sofrimento e perseguição.
"E eles colocarão sobre vós um sinal para espantar." - Os distintivos que muitas vezes tivemos de usar para nos identificar como judeus.

Com riqueza de detalhes, Moshê profetizou a destruição do Segundo Templo e o exílio subseqüente com impressionante exatidão. Ele estava falando sobre eventos que ocorreram 1.500 anos após seu falecimento. Como ele poderia ter sabido? E mesmo assim o judeu sobrevive – e prospera.

"Pois Eu sou D’us, não mudo, portanto vós, filhos de Yaacov, não são consumidos." (Malachi 3:6) – a eternidade do povo judeu.

"Somente se o sol, a lua e as estrelas desaparecerem, a semente de Israel cessará de ser uma nação." (Yirmiyáhu 31:35)

Em meio a grande perseguição, sofrimento e exílio, o estudo de Torá floresceu. Sempre houve academias talmúdicas produzindo eruditos de Torá que levaram adiante o bastão do estudo de Torá e o transmitiram à geração seguinte. Isso cumpre a profecia: "Pois ela, a Torá, não será esquecida da boca de sua semente." (Yeshayáhu 59:20-21)

O tempo todo, o judeu guardou o Shabat.

"O Shabat será um pacto eterno entre D’us e Israel." (Bamidbar 31:16)

"É um sinal entre Eu e os Filhos de Israel." (ibid.)

Não é fascinante que, quando as duas outras principais religiões separaram um dia para seu repouso, uma pegasse o domingo e a outra a sexta-feira, mas o Shabat permaneceu como o dia de repouso para os judeus? Isso não foi profetizado? Mais esclarecedoras são as profecias sobre a Terra de Israel durante o tempo em que seu povo estaria no exílio:

"E teus inimigos que habitarão a Terra de Israel ficarão desolados nela." (Vayicrá 26:32) 
A terra pertence a nós, mesmo quando estamos no exílio. Em nossas preces dizemos "por causa dos nossos pecados fomos exilados de nossa terra". Não é fascinante que, antes da destruição dos Templos, a terra fosse populosa e fértil, e depois da destruição, tenha se tornado uma terra desolada, de pântanos? Mark Twain, numa visita à terra, expressou sua surpresa – quem poderia dizer que esta é a Terra Prometida, uma terra fluindo leite e mel? O maior número de pessoas que habitou a terra desde o tempo do segundo exílio até a virada do século vinte foi 300.000 – na época dos turcos – e mesmo então a população diminuiu devido aos terremotos. Hoje, após o retorno de muitos judeus ao país, sua população chega aos milhões. Aquilo que era pântano foi reclamado, e hoje é novamente pasto verde. Era uma terra que estava esperando pela volta de seu povo.

É surpreendente que a única muralha que sobrou do Segundo Templo – o Kotel Maaravi – o Muro Ocidental – tenha permanecido de pé e jamais foi destruída. Os rabinos declararam que a Divina Presença jamais se afastou do Muro.

E a história ainda não acabou. Há uma passagem em Devarim cap. 30 que descreve o retorno completo e a redenção da nação judaica:

"E quando vierem sobre ti todas estas coisas, a bênção e a maldição que pus diante de ti, e te recordares delas em teu coração, estando entre as nações para onde o Eterno, teu D’us, te houver lançado, e voltares para o Eterno, teu D’us, e ouvires a Sua voz, segundo tudo que Eu hoje te ordeno, tu e teus filhos, com todo teu coração e com toda tua alma e te trará o Eterno teu D’us com Ele de volta do cativeiro e Se compadecerá de ti, e te fará voltar juntando-te de todas as nações para onde te espalhou o Eterno teu D’us. Ainda que o teu desterro esteja na extremidade dos céus, dali te ajuntará o Eterno e dali te tomará. O Eterno teu D’us te levará à terra que herdaram teus pais e a herdarás; Ele te fará bem e te fará mais numeroso que teus antepassados. O Eterno teu D’us circuncidará teu coração e o coração de teu descendente, para amar o Eterno teu D’us, com todo teu coração e com toda tua alma, para que vivas.

"O Eterno teu D’us colocará todas estas maldições sobre teus inimigos e aqueles que te odeiam, que te perseguem. Tu retornarás e escutarás a voz de D’us, e cumprirás todos os Seus mandamentos que Eu te ordeno hoje. D’us te fará abundante em toda a tua obra – no fruto do teu útero, o fruto de teus animais, e o fruto de tua terra – para o bem, quando o Eterno retornar para Se rejubilar contigo pelo bem, como Ele Se rejubilou com os teus antepassados, quando ouviste a voz do Eterno teu D’us, para cumprir Seus mandamentos e Seus decretos, que estão escritos neste Livro da Torá, quando retornares ao Eterno teu D’us, com todo teu coração e toda tua alma.

"Pois este mandamento que Eu te ordeno hoje – não está oculto de ti nem está distante. Não está no céu, dizer ‘aquele que sobe ao céu por nós e o tomará para nós, para que possamos ouvi-lo e cumpri-lo?’ Nem está do outro lado do mar para dizeres ‘quem pode cruzar para o outro lado do mar por nós e tomá-lo para nós, para que possamos ouvi-lo e cumpri-lo?’ Ao contrário, o tema está muito perto de ti – em tua boca e teu coração para cumpri-lo.

"Vê – Eu coloquei diante de ti hoje a vida e o bem, e a morte e o mal, aquilo que Eu te ordeno hoje, amar ao Eterno teu D’us para seguires os Seus caminhos, cumprir Seus mandamentos, Seus decretos e Suas ordens; então tu viverás e te multiplicarás, e o Eterno teu D’us te abençoará na terra que possuíres. Mas se teu coração se afastar e não escutares, e se te afastares, e se te prostrares perante deuses estrangeiros e os servires, Eu te digo hoje que tu certamente estará perdido; teus dias não se alongarão na terra que cruzaste o Jordão para lá chegar, para possuí-la. Conclamo céu e terra hoje para testemunhar contra ti; Eu coloquei vida e morte perante ti, bênção e maldição; E ESCOLHERÁS VIDA, para que vivas tu e teus descendentes – para amar o Eterno teu D’us, para escutares a Sua voz e te apegares a Ele, pois Ele é tua vida e a duração dos teus dias, para habitares a terra que o Eterno prometeu a teus antepassados, a Avraham, a Yitschac e a Yaacov, para dar a eles."

O Talmud está repleto de surpreendentes previsões que ocorrerão ao Final dos Dias. Estas estão agora completamente documentadas para o leitor. 

Estamos nos referindo ao livro Mashiach por Rabino J. I. Schochet.
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